30.7.07

The Brain

Tava pensando agora há pouco com um amigo no restaurante. Nossas vidas são mesmo um livro... parece cafona, coisa de powerpoint q tia manda pra gente cheio de mensagens bonitas e fotos de horizontes, mas é isso mesmo. Ontei, numa zapeada no controle num sofá alheio, parei pra ver um programa deste q troca esposas, e tinha uma bem modernosa numa casa de caretas. Ela estava dando uma detonada na rotina e seus novos filhos adoravam, até que ela pegou um tal livro, chamado "the brain" e jogou na lareira, numa exaltante empolgação que até aí tinha platéia comemorando junto. Aí fodeu. As crianças começaram a gritar e chorar. Acontece que, a mãe de verdade, extremamente organizada e ditadora, escrevia ali a rotina da casa diariamente nos íntimos detalhes, parecendo caixa de empresa. Tinha quarta, dia 11, 14h Daniela volta do balé, toma banho e faz lição. Ela escrevia o que tinha q acontecer e depois corrigia o acontecido. E as crianças se guiavam por ali. Uma louca. Mas quando a nova mãe jogou o tal "the brain" no fogo, ficou ali um vazio, uma falta de saber qual seria o próximo passo. Fiquei a partir dali imaginando q tudo mesmo q fazendo está num destes "the brain" que construimos para nós mesmos. Dia-a-dia.

A grande diferença entre as pessoas, segundo meu amigo, é que algumas tem o seu "the brain" feito somente até o dia de hoje, e estas se tornam mais livres, mais abertas pras mudanças da vida, e menos compromissadas com ideais contruídos. Estas são pessoas q controem um "the brain" por vezes tão loucos e sem nexo pelos vai e voltas de vida, mas tb q podem estar indo atras de uma felicidade solta. As próximas, constroem um the brain com algumas divisórias de capítulos, somente com abas, como se fosse um fichario. Ainda tem aquelas argolas, que se antes de chegarem ao capítulo/aba "casamento" permitem incluir umas páginas a mais. Estas seguem objetivos concretos, e ainda q uma vez ou outra dispersem por algum motivo especial, voltam pro foco. Em seguida, as próximas, constroem seu the brain com hora e tempo pra tudo acontecer, numa tentativa de busca de felicidade por seguir padrões, onde na próxima aba, que fica a 20 páginas de onde estou, já devo estar casada e com flhos e pra isso, já tenho q ter X de grana no banco e coisas concretizadas. Seguem isso pois é nisso q constroem suas expectativas, e qualquer rompimento ou página extra ou arrancada demanda grande quantidade de stress. E ainda os loucos daquela familia americana que tem em sua mãe uma espécie de oráculo da verdade e futuro.

Prefiro acreditar que pertenço ao grupo das paginas brancas com todas as deliciosas incertezas desta brancura que questiona o amanhã.

24.7.07

Pronto socorro infantil mais vazio

numa atual fase de ter a minha volta 13 sobrinhos, varias amigas de minha irmã adolescente, sobrinhos e filhos de namorados, vários filhos de amigas e amigos, me deparei com uma constatação que pode ser somente viagem mas acho q relata um panorama cômico das crianças de hoje.

Vocês já repararam como é cada vez mais raro ver crianças de pé engessado, braços com tipóia, muletas e tal? Com certeza isso não é só decorrente do avanço da medicina, mas com certeza reflexo da falta de pipa, de skate e rolimã, patins, pular muro, catar frutas na árvore da vizinha. E excesso de playstation, nintendo, ipods e celuares com câmera.

Não sou nem um pouco daquelas que fica enobrecendo o passado e criticando o dia de hoje. Sou a favor de tecnologias e de um mundo todo mais próximo e ligado através de representações de nós mesmos na web, mas com certeza serei do tipo de mãe/tia/irmã que incentivará, em prol de calorias gastas e da vitamina D proveniente da exposição ao sol, algumas brincadeiras daquelas do meu tempo, bem pouco tempo atrás. ;)

23.7.07

Saudades. Ausência. Aquele apartamento e eu não fazem o mínimo sentido. Camiseta branca usada em cama larga e desfeita.
"Quanto mais fecho os olhos, melhor vejo. Meu dia é noite quando estás ausente. E à noite vejo o sol se estás presente"
William Shakespeare

21.7.07

são paulo

São paulo não é fácil. Em meio a aviões caindo, gruas que despencam com pedreiros não-voadores, crateras de metrô, e outros desastres naturais da competência humana, ficar sem carro nessa cidade é uma situação enlouquecedora.

Sou do tipo que vive criando motivos pra andar de bicicleta, achando que tenho uma vida saudável. Gosto de ir e vir, gosto de ser buscada e ficar sem carro pra sair com alguém, gosto de sair a pé com meus cachorros e ir grudando um programa no outro com eles a tiracolo. Mas quando não se programa, é um porre.

Meu carro quebrou. E mais uma vez, guincho. Eu, namorado, a menina, um cachorro no carro... malas e compras. Caos. Fico triste. A gente pensa que sendo mulher, morando sozinha, independente como sempre fui, sabe se cuidar.. e carro é um mundo paralelo sobre o qual não temos nenhum conhecimento, domínio e nem intimidade. Chego em casa e penso, agora é só esperar o mecânico ligar e saber qual foi o parafuso q desencaixou e fingir q entendi. E decido ir comprar tintas de uma reforminha básica em casa. Resolvi fazer eu mesma, afinal o pintor não veio. Pego mochilão de alberguista na Europa e lá vou eu pra Conibra- sim, até hoje não acho que aquele lugar tenha cara de C&C.

Ônibus chega rápido. Tô achando engraçado este exercício antropológico involuntário Pago e todos me olham ali dentro. Dez anos atrás, quando pegava cerca de 4 ônibus por dia, ou eu tinha me acostumado, ou não tinha cara de dona de carro, pois não me sentia tão analisada assim. Chego no Conibra. Sim, Conibra. Tudo tem q ser medido e calculado pra caber na mochila. Pincéis de pintor, rolo, badeija, tubos de água raz, thinner, fita crepe e dois galões de 3,6 litros de tinta pra carregar no braço mesmo. Volto podre e com o mesmo motorista e cobrador, que logo de cara deram uma risadinha de oi para mim. Era uma cantada ou uma tirada de sarro? Não sei.

Desço um ponto depois, não sei mais puxar a cordinha na hora certa. Ando duas quadras e meia a mais, mas penso "até que sou privilegiada de ter esta linha tão perto de casa". Chego em casa, as cachorras pulam como se não fizesse 40 minutos q eu tinha saído de lá e sim 3 dias.. descarrego tudo do mochilão, desembrulho tudo. Cadê o ânimo de pintar? Ficou no ônibus.

Talvez eu preferisse ter ficado em casa cozinhando algo gostoso ou costurando uma almofada bonita pra minha cama, nao ter passeado no guincho pagando mico pro novo namorado rir, nao ter desenterrado e entupido minha mochila de viagem de coisas pra pintura, nao ter este espírito de pedreiro nos fins-de-semana, de mulher maravilha faço-tudo-eu-mesma, e, óbvio, de não estar sem carro numa cidade louca como esta. Quem foi que teve a infeliz idéia de queimar os sutiås?

eu odeio feministas.

Apostos que elas não pintam a casa sozinhas.

17.7.07

recomendo..



rita lee, eu sempre recomendo..

este box emociona.

capa rita, capa ziza...

14.7.07

havana com mojito e boa companhia


cuba.
ainda em planos...
talvez em setembro...
havana com mojitos e boa companhia

12.7.07

POSSE x Alain de Bottom

posse, que sentimento louco é esse... um ano atrás eu li num livro que, nas relações, "endeusamos" o outro, colocando-o num patamar superior ao nosso, e nisso, fazendo ele melhor e portanto admirável para nós. Neste raciocínio, alain de botton, fala que o perigo das relações está aí, qdo a pessoa, o objeto admirado, neste apogeu, desce e vira um sujeito normal. E aí, nós mesmos não vemos o que admirar e nosso pedestal vazio... e aí surge o desencanto, a cobrança, e muitas vezes a transição para a relação saudável vira o instrumento maluco de controle e posse. Maluco demais... socorro disso, sai de mim. Nesse racioocínio muito do q vivi em outros momentos se explicam. Cabe agora a mim não dar espaço pra pedestal nenhum ser colocado sob meus pés.

3.7.07

"Eu mudo para continuar o mesmo"
Jean Paul Sartre

ouvindo e gostando


fazia tempo que eu tinha ouvid duas ou três músicas do Daydream Nation. Não tinha dados tanta importância. Numa leva de sons adquiridos da máquina do freddy, gênio da música da lew, peguei o bella vendetta desta banda e tô gostando muito. A primeira faixa, neon, tem uma pegada de guitarra bem glam rock misturado com 90's inglês. Outra faixa interessante é Stop the Clocks, que tem uma pegada suede/oasis bem interessante. A faixa título do álbum, tem uma pegada bowie rastejante na sua época pré ziggy stardust, acústica de violões e efeitos de sntetizadores antigos...

vale checar.